terça-feira, 4 de setembro de 2007

Principios de Design

Extraído de: Design + Bom Senso = Usabilidade
de Cristina Ramos e Silva

  • proximidade e alinhamento
  • equilíbrio, proporção e simetria
  • contraste, cores e brancos
  • ordem, consistência e repetição
  • simplificação
  • legibilidade
  • integração

Design de Interação

Estou reproduzindo um post de um cara chamado ROCHESTER, que escreveu sobre o assunto com o seguinte tema:

Definindo Design de Interação

http://rochester.wordpress.com/2006/05/22/definindo-design-de-interacao/

“ Bem, acho que o melhor jeito de saber o que você quer é definindo o objeto de estudo, ou comparando-o com coisas mais simples do cotidiano. Nesse caso vou tentar fazer um pouco das duas coisas.
Primeiramente por que do pouco conteúdo existente sobre o assunto, menos ainda se foca em definir o que é isso. Bem, a definição "acadêmica" de Design de interação: "É uma sub-disciplina do design, que examina os comportamentos desenvolvidos, a inteligência em interações, assim como, a convergência de produtos,sejam no espaço físico ou virtual." e um trecho que acho mais explicativo "é um mecanismo do design, baseado na experiência do usuário, que auxilia na relação entre pessoas e máquinas".
Para mim cada um tem sua definição sobre tudo (mesmo que sua opinião seja parecida com a do outro) e a minha seria: "é o foco total no usuário, tentando antecipar suas ações, prevenindo erros, deixando mais acessíveis informações relevantes e tornando sua experiência (no caso navegação) mais fácil possível " . Seria algo como a organização do design de um produto pensando em quem irá utilizá-lo.
Durante a pesquisa para esse post, encontrei um post no usabilidoido que achei muito interessante. Para facilitar as coisas, basta pegarmos alguns princípios de design de interação e veremos formas simples de aplicá-los ao dia-a-dia:
*Antecipação : O usuário não quer ficar horas em um site para encontrar algo que para ele deveria estar fácil, esse é uma grande dificuldade para quem trabalha na área: se o usuário não encontra o que ele quer no seu site, ele procura outro site. Então é bom encontrar o equilíbrio, não deixar tudo logo de cara, pois pode deixar o site confuso bagunçado e aí sim espantar visitantes, nem deixar conteúdo nenhum a vista (a não ser que o objetivo seu seja quebrar paradigmas, algo interessante, mas que exige cuidado), o usuário se perde completamente.
*Cores : É muito interessante o fator cultural das cores, elas ajudam muito a destacar algumas informações, esconder outras, dar um novo sentido ao contexto, e ,acredito eu, que elas podem influenciar, podem causar sensações (boas ou ruins, depende de quem usa…). Inclusive existem testes de personalidade utilizando cores, que podem ajudar a definir e agradar ao público do site.
*Foco no usuário :Olhe para o usuário, esqueça do computador. As melhores idéias vêm quando você menos espera. Esqueça do computador um pouco, saia ande na rua, leia um livro, deixe sua cabeça trabalhar. O computador toma muita atenção nossa, são muitos recursos que não nos deixam pensar e focar no que queremos.
*Metáforas : Use muitas metáforas, elas ajudam muito na compreensão da idéia. Elas criam figuras na cabeça de cada pessoa, tiram a idéia abstrata e a transformam em algo muito mais concreto. Comparações próximas das pessoas são muito mais fáceis de entender do que teorias.
Acho que esses são os principais conceitos, e o foco aqui é mostrar a minha definição de design de interação, com ênfase total no usuário (esqueça o computador), facilitando ao máximo sua experiência de navegação (a usabilidade aqui não é o foco, e sim um meio de chegar ao objetivo, o design de interação).”

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Afinal, o que é usabilidade?


Marcio Oliverio, professor da UNIP, está fazendo uma reportagem sobre Usabilidade para o jornal Expositor Cristão e fez uma entrevista por email que gostaria de compartilhar com os leitores. Tentei explicar da forma mais simples possível, para que um leigo no assunto entenda.

Marcio: O que é usabilidade ?

Frederick: Usabilidade é sinônimo de facilidade de uso. Se um produto é fácil de usar, o usuário tem maior produtividade: aprende mais rápido a usar, memoriza as operações e comete menos erros.

M: Onde ela é aplicada ?

F: Sempre que houver uma interface, ou seja, um ponto de contato entre um ser humano e um objeto físico (ex: cafeteira) ou abstrato (ex: software), podemos observar a usabilidade que esse objeto oferece.

Historicamente, o termo usabilidade surgiu como uma ramificação da ergonomia voltada para às interfaces computacionais, mas acabou se difundindo para outras aplicações.

M: Como a usabilidade pode ajudar pessoas com necessidades especiais, terceira idade e problemas cognitivos?

F: Usabilidade é uma medida relativa. O mouse é fácil de usar, mas para quem? Uma trackball pode ser mais fácil de usar por quem tem deficiência motora ou sofre de LER. A interface ideal é aquela que está adaptada às necessidades de seus usuários. O usuário de terceira idade pode precisar de textos com letras maiores e o usuário com desvantagem cognitiva pode precisar de alguns textos de ajuda a mais.

M: Para qual tipo de empresa os testes são indicados?

F: Testar um novo produto é essencial em qualquer ocasião, mesmo que seja só para saber se deu certo ou não. É possível realizar testes sem nenhuma cerimônia, apenas observando um amigo ou colega de trabalho durante o uso. Com olhar crítico, é possível obter muitas idéias de melhorias para o produto dessa forma.

M: Qual o custo dos testes ?

F: Se a empresa puder contratar um consultor especializado, digamos à R$60 a hora, e alugar um laboratório de usabilidade por R$1.200, é possível obter resultados muito mais precisos. O consultor pode discernir melhor entre um problema para um usuário individual e para todos os demais, enquanto que o laboratório oferece infra-estrutura para observação do teste, captura e análise de dados.

M: As empresas costumam investir na usabilidade?

F: No Brasil, poucas empresas reconhecem o valor da usabilidade. A maioria prefere investir numa campanha publicitária que faça o produto parecer fácil do que realmente torná-lo fácil através do envolvimento do usuário durante seu projeto.

Acredito que isso seja consequência da visão míope do empresariado brasileiro que sobrevaloriza resultados a curto prazo. Ao invés de estabelecer uma relação duradoura com seus clientes oferecendo um produto ou serviço de alto nível, eles preferem obter o máximo de lucro no menor tempo possível. Em última análise, é fruto da consciência de elite predatória, que se estabeleceu nessas terras desde que os portugueses chegaram...

M: Como você enxerga o mercado de usabilidade no futuro?

F: O mercado de usabilidade, mesmo no Brasil, está em franca expansão. Especialmente no Sudeste, empresários antenados já perceberam que vale à pena investir nisso e estão contratando profissionais especializados e empresas de consultoria.

Meu medo é de que se estabeleça uma cultura de testes isolados ao invés de testes integrados à uma metodologia de projeto centrada no usuário. É muito mais importante estar em contato com o usuário desde o início do projeto do que somente testar se está fácil de usar quando o produto já está acabado e, portanto, mais difícil de ser alterado em virtude do teste.

Você já esbarrou nestes botões?


Há alguns anos atrás, a Microsoft disponibilizou no Windows a possibilidade de aceitar diretamente dos teclados os comandos "desligar", "dormir" (entrar em modo de espera) e "acordar" (voltar do modo de espera).

Os fabricantes de teclado, afoitos por aumentar a lista de funcionalidades de seus produtos, notaram que havia um espaço vazio entre o teclado direcional e as teclas del, end e page down. A idéia foi implementada a custo mínimo, pois não era preciso reorganizar nada no teclado. Do ponto de vista das vendas a curto e médio prazo, foi um sucesso, pois há alguns anos a maioria dos teclados que vejo estão saindo com essas opções embutidas.


Por estarem muito próximas do teclado direcional, as pessoas esbarram nas teclas sem querer e, às vezes, acabam perdendo seu trabalho. Algumas pessoas nem percebem que o esbarrão é a causa do desligamento do computador ou da entrada em modo de espera (que, para um leigo, parece a mesma coisa). Essas pessoas só se dão conta disso quando alguém avisa, pois encaram o computador como uma máquina imprevisível, assustadora e cheia de vírus que podem desligar tudo a hora que quiserem. Quando descobrem a causa, passam a se culpar pelos esbarrões e tratam de evitar o "erro". As raras pessoas que costumam personalizar seus sistemas operacionais procuram um jeito de desabilitar os botões. Somente os mais críticos é que vão deixar de comprar o teclado com essa configuração.

Em função das reclamações ou do próprio incômodo dos designers (que também são usuários desses teclados),alguns modelos já estão vindo com estes botões no topo do teclado, longe do direcional.

A acessibilidade deve estar em todo lugar que passamos.


Você pode não saber exatamente o que é acessibilidade, mas certamente já precisou dela um dia.

Se você já quebrou a perna e teve que subir uma escada de muletas, sabe a falta que faz uma rampa para uma pessoa que tem de usar muletas a vida inteira.



Quando você era criança, você queria ligar no orelhão pra passar trote e não conseguia

porque era muito alto. "Telefone é coisa de gente grande", diziam os adultos, mas e quanto aos adultos que usam cadeira de rodas e precisa fazer uma ligação urgente?



Neste momento, enquanto você lê esse texto, você pode achar que a fonte está grande ou pequena demais para a sua vista. Se você tem um mouse com rodinha de rolagem, você pode segurar a tecla Ctrl (windows) ou Command (mac) e girar a rodinha; o texto vai aumentar ou diminuir de acordo com a sua vontade. Legal isso né?


Mas e se você não tivesse como usar o mouse? Sim, pode ser que você não tenha nascido com dificuldades motoras, mas pode adquirí-la futuramente se quebrar um braço, se for alcoólatra, se vier a sofrer de Parkinson e etc. Nesse caso, basta usar as teclas Ctrl ou Command combinadas com as teclas + ou - para ter o mesmo efeito.

Essas opções de acessibilidade estão embutidas no seu software navegador, mas se eu tivesse bloqueado a mudança do tamanho do texto usando uma medida fixa para a fonte, pode ser que você não conseguisse usá-las.

Porque eu faria isso? Ora, pra que meu layout fique sempre igual do jeito que eu quero e quem não conseguir ler, que diminua a resolução do monitor. Ou talvez eu faça isso porque é mais fácil. Se usar um tamanho de fonte relativo, terei que garantir que todo o layout se ajuste, o que daria um trabalhão e os clientes não iriam me pagar o extra. Não vale à pena.

O que é usabilidade?

Simplificar, rentabilizar, optimizar, facilitar, melhorar, acelerar são verbos que gravitam em torno do conceito de usabilidade. Mais usabilidade é sinónimo de maior flexibilidade e de maior interacção.
Mas afinal o que é a usabilidade?
Usabilidade é uma característica daquilo que é utilizável, funcional. É tornar óbvio o óbvio, tendo em conta as necessidades do utilizador e o contexto em que este está inserido.
A usabilidade está em todo lado e existe quase sempre um pormenor que pode ser alterado para
melhor, no entanto ressalve-se que mudar não é obrigatoriamente sinónimo de melhorar. Em
equipa vencedora não se mexe (ou não se deve mexer muito...).
Na internet a usabilidade não basta, mas corresponde a uma boa parte do caminho.

Pegando no exemplo de uma loja online é tão simples quanto isto: se um internauta não encontra um produto, não o compra. Fazer com que o utilizador encontre o que procura é usabilidade em acção. Um site tem, numa perspectiva optimista, entre 10 a 15 segundos para convencer, por
isso todos os elementos da página precisam de ser avaliados, pesados, medidos em termos de impacto. As páginas precisam de carregar rapidamente (este fator é um dos mais apontados como fulcrais no sucesso ou insucesso do site) e todos os elementos gráficos precisam de ser optimizados (tamanho, qualidade, interesse). Será que todas as imagens são necessárias? Será que as animações em flash se justificam sempre? Casos a pensar e a pesar.